21.06.2022
Empresas europeias esperam aumento nos atrasos de pagamento durante a segunda metade de 2022
Empresas europeias esperam aumento nos atrasos de pagamento durante a segunda metade de 2022
Novo estudo da Intrum revela preocupação extrema das empresas face ao risco de estagflação
O European Payment Report (EPR) da Intrum, estudo realizado a mais de 11.000 empresas em 29 países europeus revela que as empresas esperam que os pagamentos em atraso cresçam significativamente nos próximos meses, na sequência do aumento da inflação e das taxas de juro. Cerca de 8 em cada 10 empresas afirmam que fortalecer a sua liquidez e fluxo de capital é uma das principais prioridades durante o ano corrente
A 24ª edição do mais recente estudo da Intrum, EPR- European Payment Report revela os diversos desafios que as empresas europeias preveem ter de gerir.
"A Europa talvez esteja a atravessar um dos períodos mais agitados e repleto de desafios. Hoje, as empresas enfrentam uma disrupção e incerteza sem precedentes, o que aumenta a pressão sobre as empresas que ainda estão a tentar recuperar do impacto dos anos Covid. Num contexto de inflação, com o incremento das taxas de juro e regulamentação, as empresas esperam um aumento nos atrasos de pagamento, bem como maiores barreiras para o crescimento durante o resto de 2022. Garantir um fluxo de caixa sólido é uma das prioridades máximas para a maioria das empresas inquiridas", afirma Anders Engdahl, Presidente & CEO da Intrum.
A inflação e as taxas de juro estão a criar desafios
Por toda a Europa, o crescimento está a abrandar enquanto que a disrupção da cadeia de fornecimento e o aumento dos custos da energia conduzem a uma inflação a um ritmo que não se viu durante décadas.
- 6 em cada 10 empresas estão preocupadas que o risco nos atrasos de pagamento este ano aumente, em grande parte devido à inflação, ao aumento da regulamentação e ao aumento das taxas de juro;
- A maioria das empresas europeias (58%) admite não ter experiência de como gerir a inflação e mais de metade diz que isso as impede de fazer crescer o negócio (51%), de satisfazer as exigências salariais (55%) e de pagar aos fornecedores a tempo (58%);
- 6 em cada 10 empresas estão a tornar-se mais cautelosas com os seus planos de empréstimos e gastos, uma vez que esperam que as taxas de juro aumentem mais de uma vez durante os próximos 12 meses;
"As preocupações aumentam em toda a Europa à medida que a inflação está a acelerar e o crescimento está a estagnar. Se esta tendência não for quebrada, poderemos estar perante um período de estagflação; estagnação da produção económica combinada com uma inflação elevada.
Numa nota positiva, os mercados de trabalho em toda a Europa continuaram a fortalecerem-se este ano, embora as baixas taxas de desemprego possam gerar uma maior pressão ascendente sobre os salários", diz Anna Zabrodzka-Averianov, Economista Sénior da Intrum.
As empresas esperam que o seu fluxo de caixa seja afetado significativamente mas não têm a flexibilidade e os conhecimentos necessários para gerir o impacto
A gestão da liquidez, o fluxo de caixa e o risco de crédito constituem as principais prioridades estratégicas, já que as empresas procuram assegurar uma posição financeira sólida.
- 8 em cada 10 empresas europeias afirmam que reforçar a liquidez e o fluxo de caixa é uma prioridade estratégica para este ano. Uma percentagem semelhante menciona como principais prioridades a melhoria da gestão da dívida, bem como a gestão do crédito de risco;
- Metade das empresas inquiridas relatam que estão mais débeis agora do que antes do início da pandemia. Ao mesmo tempo, 6 em cada 10 dizem que a pandemia as motivou a tornarem-se melhores na gestão dos riscos relacionados com atrasos de pagamento;
- 53% dos inquiridos afirmam que gostariam de melhorar a sua gestão de pagamentos em atraso, mas consideram isto difícil devido à falta de qualificações e recursos internos;
Ano após ano, as empresas veem cada vez mais os atrasos de pagamento como um obstáculo importante para o crescimento
Os atrasos nos pagamentos estão a dificultar o crescimento das empresas nos países europeus, impedindo o desenvolvimento económico e social da economia em geral.
- 4 em cada 10 empresas dizem que os pagamentos tardios estão a bloquear o crescimento da empresa;
- 2 em cada 3 empresas dizem que pagamentos mais rápidos por parte dos seus clientes as ajudaria a expandirem as suas operações de produtos e serviços, enquanto que 1 em cada 2 dizem que as apoiaria a crescer através da contratação de mais empregados;
- As empresas têm, finalmente, esperança de que a pandemia esteja a chegar ao fim. Cerca de 2 em cada 3 (64%) acreditam que a Covid-19 deixará de ter impacto no seu país dentro de um ano, criando novas oportunidades de crescimento;