Black Friday em tempo de pandemia altera comportamento de consumidores e comércio

Portugueses aderem a compras online mas têm menos dinheiro para gastar

A pandemia COVID-19 mudou o Mundo e os hábitos de consumo das populações, levando o comércio a antecipar a Black Friday com promoções e incentivos on-line.
Esta data de compras por excelência, agendada para a última sexta-feira de novembro, dia 27, sentirá o impacto das mudanças de consumo dos europeus.

De forma a evitar ajuntamentos e as habituais corridas aos centros comerciais e lojas à procura dos preços mais baixos, com densas multidões, este ano a estratégia adotada será estender as promoções por vários dias e, essencialmente, apostar em promoções online. Isto porque é necessário compensar as quebras de faturação que a COVID-19 originou.

Apesar de as compras online serem já uma realidade para muitos, têm ganho uma dimensão cada vez maior. De acordo com a edição especial White Paper COVID-19, da Intrum, que envolveu 24 países europeus, incluindo Portugal, mais de metade dos portugueses (52%) afirma comprar mais online do que há um ano. Percentagem esta superior à de Espanha, 46%, e à média europeia de 43%. Fazer compras pela internet é uma forma cómoda e, para muitos, segura, que evita deslocações às lojas, eliminando assim os riscos associados a aglomerados de pessoas e filas.

O estudo da Intrum revela ainda que 43% dos portugueses inquiridos afirmam querer manter este comportamento e continuar a comprar pela internet mesmo depois da pandemia. Uma percentagem superior à média europeia e de Espanha que se fica pelos 37%.

Segundo os dados da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal, em 2020, a quebra das vendas face ao ano passado oscila entre os 30% e os 40% devido à COVID-19. No que diz respeito ao valor médio gasto por cada cartão bancário na Black Friday do ano passado, o valor situa-se nos 80,10 € em Portugal. As compras online representaram 10,4% do total e os supermercados e hipermercados lideraram o top dos setores com maior número de compras.

A quebra de vendas registada este ano é bastante significativa e vai ao encontro dos resultados do estudo da Intrum, que afirma que os consumidores, cada vez mais, focam os seus gastos em “bens de primeira necessidade”. Isto levou a que os inquiridos considerassem que a COVID-19 tenha também um lado positivo – passaram a gastar menos dinheiro em bens não essenciais.

O top dos países que reconhecem gastar menos devido à COVID-19, é liderado pela Estónia (65%), e logo a seguir pela França (47%). Portugal encontra-se em 8.º lugar com uma percentagem de 38%. Os países que menos concordam com esta afirmação são a Áustria, Alemanha, Dinamarca (23%) e a Hungria (21%). A média europeia situa-se nos 36%.

Para Luís Salvaterra, Diretor-Geral da Intrum Portugal, “Este ano tem sido um ano de adaptação para todos nós e a Black Friday é exemplo disso. É necessário adaptarmo-nos à realidade que estamos a viver e sem dúvida que as promoções online são uma mais valia nesta fase em que temos de estar o mais resguardados possível. Estabeleça prioridades, conheça as condições de venda dos produtos e evite gastar acima das suas possibilidades. Estas são algumas das dicas que partilhamos enquanto Intrum, para que o Black Friday não seja uma fonte de preocupações para os portugueses.