Dia da Europa
Portugueses ficam com menos de 10% do seu rendimento após pagamento das contas
Estudo da Intrum afirma que 40% dos inquiridos concorda com a afirmação e a média europeia é de 23%
- 10% dos portugueses afirma não ter controlo sobre o seu endividamento;
- 70% receia que taxas de juro elevadas possam ter impacto negativo no seu bem-estar financeiro;
- 25% dos portugueses inquiridos afirma pedir dinheiro emprestado mensalmente;
Para celebrar o Dia da Europa, a Intrum procurou perceber a vida quotidiana dos consumidores europeus assim como os seus hábitos de consumo e a capacidade para gerirem as suas finanças domésticas numa base mensal. De acordo com o estudo European Consumer Payment Report, relatório anual baseado num inquérito externo realizado simultaneamente em 24 países na Europa, totalizando mais de 24 mil participantes, os consumidores portugueses estão entre os que sentem maiores dificuldades para gerir o pagamento das suas dívidas.
À medida que a recuperação da economia acelera, o aumento da inflação em toda a Europa está a fazer com que alguns consumidores vejam as suas finanças a degradar-se. Neste contexto de crescimento da inflação, o ECPR revela que 40% dos portugueses afirmam que após o pagamento das contas lhes sobra menos de 10% do seu rendimento, sendo provável que muitos tenham dificuldades em suportar um aumento geral nos preços. A média europeia situa-se nos 23%.
De acordo com o estudo da Intrum um em cada sete (16%) dos inquiridos afirma que não tem controlo sobre o seu endividamento. Em Portugal, 10% afirma não saber quanto deve.
Analisando por grupos etários, verificamos que as gerações mais jovens são as que revelam menos interesse em saber o valor total das suas obrigações financeiras. Dos inquiridos portugueses, a geração Z (18-21 anos) destaca-se com 23%, praticamente o dobro do grupo etário dos 22 aos 37 anos, com 12%. Também de acordo com o estudo, os Homens afirmam ter menos interesse no conhecimento das suas obrigações financeiras (13%) do que as Mulheres (7%).
Para além disso, 70% dos portugueses afirma estar preocupado que as taxas de juro elevadas do seu país possam ter um impacto negativo no seu bem-estar financeiro. Valor este significativamente superior quando comparado com a média europeia (48%).
A Intrum revela ainda que 25% dos europeus pede emprestado mensalmente, um valor entre dez e vinte e cinco por cento dos seus rendimentos mensais. Em Portugal, este valor situa-se nos 23%, um aumento significativo de cinco pontos percentuais face a 2020. Situação que pode trazer preocupações adicionais com o aumento da inflação e em particular para quem afirma não ser sua prioridade saber o impacto que eventuais alterações nas taxas de juro possam ter nas obrigações financeiras assumidas (21% dos inquiridos em Portugal).
De acordo com Luís Salvaterra, Diretor-Geral da Intrum Portugal, “A pandemia deixou alguns grupos de consumidores em situação financeira delicada e alguns contraíram dívidas adicionais para sobreviverem até ao fim do mês. O nosso estudo revela que muitos perderam a noção do valor total da sua dívida. Por este motivo e com o aumento da inflação, esperamos mais problemas com pagamentos no futuro. As empresas irão precisar de rever as suas estratégias de gestão de crédito para enfrentar os desafios futuros e reduzir as perdas por incobráveis. Por outro lado, os consumidores devem ter um comportamento responsável nas suas compras e aquisições de bens.”
O aumento da inflação na Europa, causado em grande parte pelo aumento dos preços da energia e cadeias de abastecimento interrompidas, já está a aumentar a ansiedade financeira entre os consumidores. Há, no entanto, incerteza sobre o que a inflação significaria para as famílias. De acordo com o estudo da Intrum, apenas 64% dos inquiridos entendem como o seu dinheiro seria afetado se a inflação fosse maior do que a taxa de juros sobre a poupança, por exemplo, o que realça a necessidade de uma educação financeira mais sólida.
Para obter um exemplar do estudo siga a ligação.