Dia Internacional da Mulher
Mulheres estão menos preparadas para resistir a tempestades económicas
No dia em que se celebra o Dia Internacional da Mulher, o mais recente estudo da Intrum revela uma acentuada diferença entre géneros no que diz respeito à igualdade financeira entre os consumidores europeus. Segundo o ECPR, as mulheres referem um bem-estar financeiro inferior ao dos homens e estão menos confiantes na sua literacia financeira.
Os consumidores de toda a Europa estão a sofrer o impacto da elevada inflação e do rápido aumento das taxas de juro. A crise do custo de vida põe pressão adicional sobre as mulheres. De acordo com o mais recente estudo da Intrum, as mulheres revelam ter um bem-estar financeiro inferior ao dos homens em toda a Europa com uma diferença de género significativamente crescente dentro deste campo, em comparação com o estudo realizado no período homólogo. Em Portugal, quando questionados sobre o seu bem-estar financeiro, 24% das mulheres afirma estar significativamente pior, em comparação com 19% dos homens.
Os resultados mostram também que as mulheres inquiridas estão menos satisfeitas com o seu nível de educação financeira e que teriam menos probabilidades de responder corretamente a perguntas sobre como a inflação afeta as finanças diárias dos consumidores. Em Portugal, quando questionadas sobre o seu nível de educação financeira, 22% das mulheres afirmam ter tido educação financeira suficiente para compreender o básico, mas que tem sido insuficiente para ajudar a compreender os desafios dos últimos anos, tais como o impacto da inflação. Percentagem esta, mais elevada que a dos homens (17%).
De acordo com o Diretor-Geral da Intrum Portugal, Luís Salvaterra, "Os aspetos financeiros continuam a ser uma parte central das desigualdades de género na Europa. O nosso estudo demonstra que as mulheres estão mais preocupadas do que os homens com o impacto do aumento do custo de vida nas suas finanças quotidianas. Infelizmente, há razões para esta maior ansiedade. Com margens financeiras claramente menores, as mulheres sentem uma pressão mais forte devido ao acentuado aumento do custo de vida".
O estudo ECPR aponta para um crescimento significativo, ano após ano, das desigualdades entre homens e mulheres, revelando que o aumento das contas tem um impacto cada vez mais negativo no bem-estar. No entanto, esta tendência é visivelmente mais acentuada entre as mulheres portuguesas, com 74% a concordar com a afirmação, em comparação com 66% dos homens.
As mulheres são menos propensas do que os homens a pedir um aumento salarial
Na sequência do aumento do custo de vida, muitos consumidores afirmam que vão mudar a forma como gastam o seu dinheiro. De acordo com o ECPR da Intrum em Portugal 77% das mulheres, em comparação com 73% dos homens afirmam que já fizeram ou planeiam fazer alterações, para gerir o impacto da inflação e do aumento das taxas de juro. Ambos os valores substancialmente acima da média europeia 67% e 60%, respectivamente.
Olhando para a igualdade financeira de longo prazo, 82% das inquiridas portuguesas preocupam-se com o facto de não poderem ter uma reforma confortável, 16 pontos percentuais acima da média europeia (66%). Paralelamente, 75% dos inquiridos do sexo masculino reconhecem-se na mesma situação, contra 57% média europeia. Mas apesar das preocupações relativamente maiores sobre o seu futuro financeiro, as mulheres têm menos probabilidades de pedirem um aumento salarial acima do normal. Em Portugal, apenas 23% das mulheres estão a planear fazê-lo no próximo ano (26% média EU), em comparação com 31% dos homens, (35% média EU).
Educação financeira - conhecimento ou confiança?
O ECPR 2022 revela também que os homens estão mais confiantes sobre a sua literacia financeira do que as mulheres. Embora ambos os géneros digam igualmente que têm o conhecimento para gerir os princípios básicos das finanças pessoais (excluindo investimentos na bolsa e planeamento de pensões), 28% dos homens em comparação com 18% das mulheres portuguesas acreditam que podem gerir questões financeiras complexas.
"Os dados do nosso estudo European Consumer Payment Report indicam que existe um longo caminho para a igualdade financeira entre homens e mulheres. Alcançar um nível de educação financeira correto para todos os consumidores, independentemente do seu género, é sem dúvida um aspeto muito importante que ajudará a fechar de uma vez por todas o fosso financeiro entre géneros", reforça o Diretor-Geral da Intrum Portugal.
Para obter um exemplar do estudo siga a ligação