Gestores portugueses mais preocupados do que nunca com atrasos de pagamento
57% dos inquiridos considera que o risco de atraso/não pagamento vai continuar a aumentar
O European Payment Report (EPR) 2022 da Intrum, estudo realizado com a mais de 11.000 empresas, em 29 países, revela que em tempos de incertezas como o que atualmente vivemos, 64% das empresas portuguesas afirmam estar mais preocupadas do que nunca, com a capacidade dos seus clientes pagarem nos prazos, valor ligeiramente acima, mas ainda em linha com a média europeia, de 62%. A preocupação com a capacidade de os clientes pagarem nos prazos dispara no setor da construção, atingindo os 84%.
Não receber os pagamentos nos prazos estabelecidos tem implicações graves para as empresas e para a sociedade e representa um risco para o crescimento sustentável dos negócios. Nos últimos 12 meses, os incobráveis (13%) e os atrasos de pagamento (30%) prejudicaram o investimento das empresas em iniciativas de crescimento estratégico.
Para Luís Salvaterra, Diretor-Geral da Intrum Portugal, “Na Intrum, acreditamos que construir uma cultura de pagamentos sustentáveis é uma prioridade que exigirá uma mudança no comportamento de todos os atores”.
O mesmo estudo da Intrum revela que (em 72% das respostas) a inflação, onze pontos percentuais acima da média europeia, o aumento das taxas de juro (65%) e a interrupção de cadeias de abastecimento (64%), são os grandes desafios apontados pelos gestores portugueses. Para estes inquiridos, estas problemáticas são as que mais desafiam a capacidade de os clientes pagarem dentro dos prazos estabelecidos.
Para além disso, 57% dos inquiridos acredita que o risco de atraso/não pagamento vai continuar a aumentar. A média europeia situa-se nos 60%.
Ainda de acordo com o mais recente estudo da Intrum, 30% das empresas portuguesas consideram que os seus créditos incobráveis aumentaram em relação a 2021, tendo sido as grandes empresas mais atingidas do que as PME. Em comparação, a média europeia é de 25%.
O EPR 2022 demonstra ainda que 71% das empresas, ao receberem os pagamentos dos seus clientes mais depressa, também pagariam mais rapidamente aos seus fornecedores, posição em linha com a Europa, cuja média se situa nos 70%.
Melhorar o desempenho na sustentabilidade e expandir a oferta de produtos e serviços (54%) são outras áreas onde o investimento seria reforçado, caso os clientes pagassem mais rápido. Valores que colocam Portugal num patamar abaixo da média europeia: 67% e 66%, respetivamente.