Dívidas incobráveis das empresas têm vindo a diminuir nos últimos anos
Em quatro anos, os créditos incobráveis diminuíram 20%
Em 2024, 42% das empresas portuguesas reportaram uma redução das suas dívidas incobráveis, um número que fica abaixo da média europeia (44%), quando se trata de créditos incobráveis, revela o EPR – European Payment Report 2024 Portugal, desenvolvido pela Intrum.
O estudo realça que, entre 2020 e 2024, se registou uma diminuição de cerca de 20% ao nível dos créditos incobráveis. Em 2020, apenas 22% das empresas que responderam ao EPR, reconheciam que o valor de incobráveis tinha diminuído.
A maioria das empresas portuguesas que participaram no estudo não parece ter tido uma experiência muito negativa em matéria de incobráveis. Apenas 15% reconhecem que as perdas por incobráveis foram um obstáculo ao investimento nas suas iniciativas estratégicas para o crescimento, comparando com 12% na Europa. Em média, reconheceram como incobráveis o valor equivalente a 1,21% das suas receitas totais no exercício financeiro mais recente (média europeia foi 0,9%).
Para prevenir os atrasos e/ou a falta de pagamento, o EPR revela que no corrente ano 45% das empresas admite que poderá avançar com a modalidade de pré-pagamento, enquanto 30% salienta que os seguros de crédito são uma boa opção. O controlo de crédito e as garantias bancárias poderão ser solução para 28% das empresas, enquanto 26% realça que poderá apostar em medidas de prevenção de fraude.
Por outro lado, é curioso constatar que quase metade das empresas inquiridas (49%) afirmam que para manter a fidelidade dos clientes iniciarão ou ampliarão a oferta de soluções “compre agora, pague depois”, permitindo que os clientes paguem pelas compras em prestações ao longo do tempo.
Quando questionadas sobre quais são as medidas adotadas em caso de atraso ou não pagamento por parte dos clientes, mais de metade (54%) admite que avança para os Tribunais civis. Das empresas inquiridas, 26% admite usar processos internos de cobrança e 21% recorre a agências externas de cobranças. Já o factoring (venda de dívidas a agências de cobrança ou a terceiros) é uma opção para 15% das empresas que responderam ao estudo.
De acordo com Luís Salvaterra, Diretor-Geral da Intrum Portugal, «é encorajador verificar que as empresas portuguesas estão cada vez menos preocupadas com o facto de as dívidas incobráveis afetarem o seu fluxo de caixa e liquidez – especialmente porque as empresas europeias estão atualmente à espera de pelo menos 10,5 biliões de euros em contas em incumprimento. Mas com o aumento das insolvências e a continuação da crise do custo de vida para milhões de consumidores, as empresas não podem ser complacentes com os atrasos nos pagamentos e incumprimentos.»
Para obter um exemplar do estudo siga a ligação.