EPR – European Payment Report 2025
Estudo da Intrum indica que IA pode desempenhar um papel crucial na recuperação económica da Europa
- Crescimento lento da economia ameaça 23% das empresas portuguesas e europeias com risco de insolvência
- Dez milhões de empresas poderão ser afetadas
A Intrum lançou o seu estudo EPR – European Payment Report 2025, que destaca a necessidade urgente de recuperação económica no continente europeu e o papel fundamental que a inteligência artificial - IA poderá ter na gestão de pagamentos.
O EPR 2025 revela que a recuperação económica continua a ser uma questão de sobrevivência para muitas empresas e quase um quarto dos líderes empresariais teme ser forçado a encerrar a atividade nos próximos dois anos se as condições económicas não melhorarem.
Um cenário que poderá colocar em risco cerca de dez milhões de empresas e afetar potencialmente cerca de quarenta milhões de empregos em toda a Europa. Esta preocupação é particularmente sentida pelas PME, para quem a liquidez é crucial.
As tensões comerciais e as incertezas provocadas pelas políticas económicas dos EUA, estão a criar um ambiente de negócios mais adverso. Paralelamente, os governos europeus estão a aumentar os investimentos em sistemas de defesa para se prepararem para a contínua volatilidade geopolítica.
A longo prazo, esta situação poderá apoiar a recuperação industrial, mas no curto prazo, prevê-se um período de inflação persistente, fraco crescimento económico e maior instabilidade. O EPR revela que cerca de metade das empresas expressa frustração por não estar a crescer tão rapidamente quanto gostaria.
Apesar de um desempenho melhor do que o esperado em 2024, quase metade dos executivos inquiridos refere que as suas receitas não estão a recuperar tão rapidamente como previam. Para proteger as relações comerciais, 56% aceitou condições de pagamento desfavoráveis e quase metade aceitou prazos de pagamento mais longos, para evitar falências dos seus clientes.
Em Portugal, os sinais de fragilidade financeira são claros e estão alinhados com a média europeia: 23% das empresas admitem que poderão encerrar nos próximos dois anos se as condições económicas não melhorarem, sendo que 29% destas empresas são PME, o que evidencia a especial vulnerabilidade deste segmento, pilar fundamental da economia nacional.
Atrasos nos pagamentos persistem cinco anos após a pandemia
O EPR demonstra ainda que, ano após ano, os líderes empresariais mostram-se cada vez mais insatisfeitos com os prazos de pagamento acordados com clientes e parceiros. O estudo estima que, anualmente, 11% das receitas das empresas sejam pagas com atraso.
Se, por um lado, os pagamentos foram fortemente afetados durante a pandemia, passados cinco anos, a recuperação continua difícil uma vez que os atrasos nos pagamentos ainda não regressaram aos níveis pré-pandemia.
Para resolver o problema, quase oito em cada dez executivos que responderam ao inquérito, respondem estar a tornar mais simples o processo de pagamento para os seus clientes, nomeadamente através da melhoria das interfaces de pagamento (78%) e da disponibilização dos métodos de pagamento preferidos pelos clientes (75%).
Verifica-se também que 79% está a investir em análise de dados para prever tendências de pagamentos em atraso — um esforço que poderá ser ainda mais eficaz, com uma adoção mais ampla de IA na gestão de pagamentos
IA: uma força crescente nos pagamentos e uma solução promissora.
A inteligência artificial está a emergir como uma solução promissora para resolver atrasos nos pagamentos. No relatório deste ano, 58% dos executivos afirma que os avanços na IA irão melhorar significativamente a sua capacidade de gerir pagamentos em atraso, um aumento face aos 50% que referiram o mesmo no relatório de 2024.
Os líderes do setor público estão particularmente otimistas quanto ao potencial da IA. Atualmente, 59% das empresas utiliza IA na gestão de pagamentos e outros 32% planeiam investir nesta tecnologia.
Os executivos começam a reconhecer os benefícios da IA na gestão de pagamentos e entre os que já utilizam IA, 25% registaram um aumento de eficiência e 20% notou uma redução nos pagamentos em atraso. Com cerca de 11% das receitas totais a serem pagos com atraso, os benefícios em termos de fluxo de caixa são significativos. Os setores voltados para o consumidor, como os serviços públicos, utilities, retalho e transportes, são os mais otimistas quanto ao impacto positivo da IA nos seus negócios.
Apesar disso, as empresas ainda não estão a explorar todo o potencial da IA. Apenas 22% acredita que os seus clientes preferem interagir com IA quando discutem atrasos de pagamentos.
De acordo com Luís Salvaterra, Diretor-Geral da Intrum Portugal «Num contexto económico e geopolítico instável, as empresas europeias e portuguesas enfrentam desafios sem precedentes, com milhões de empregos em risco. Para garantir crescimento e estabilidade, é crucial reduzir obstáculos nos pagamentos. O mais recente European Payment Report da Intrum destaca a inteligência artificial como uma ferramenta chave para melhorar a eficiência e combater os atrasos nos pagamentos, com benefícios claros ao nível do fluxo de caixa, sobretudo em setores como retalho, transportes, utilities e serviços públicos. A Intrum está atenta a este cenário e reafirma o seu compromisso em ajudar as empresas a adotarem estas tecnologias».