COVID-19 aumentou consciencialização sobre o impacto dos atrasos de pagamento

40% das empresas portuguesas aceitou prazos de pagamento mais longos para evitar falência

De acordo com as conclusões do mais recente estudo da Intrum, 55% dos inquiridos afirma que a COVID-19 aumentou a consciencialização sobre o impacto que o atraso dos pagamentos tem sobre os pequenos negócios.

O EPR: European Payment Report 2021, que analisa os riscos de pagamento das empresas a nível nacional e internacional no período pós pandemia, revela que durante o último ano, 40% dos inquiridos portugueses admitiu ter aceitado prazos de pagamento mais longos para evitar o risco de falência. Uma subida acentuada de 9 pontos percentuais, em relação a 2020. A média europeia situou-se nos 39%

O relatório da Intrum divulga ainda que 46% dos inquiridos portugueses revelam que “as condições de pagamento que atualmente oferecemos aos clientes são muito generosas, mas estão a prejudicar-nos como empresa”. Um valor igualmente superior à média europeia que é de 43%. Metade dos portugueses referiu ainda que a crescente incerteza macroeconómica os levou, no último ano, a dilatar as condições de pagamento aos seus fornecedores.

A maioria das empresas decidiu adotar uma abordagem mais proativa para a liquidez, com 6 em cada 10 (59%) das empresas europeias a afirmar que a crise COVID-19 os motivou a mitigar melhor o risco de atrasos nos pagamentos nos seus negócios. Em Portugal, os resultados estão em linha com a média europeia, situando-se nos 58%. De salientar que os inquiridos que fizeram esta afirmação, 60% afirma estar envolvido em iniciativas voluntárias para pagamentos nos prazos. Um sinal positivo, para o longo percurso que as empresas terão pela frente nos próximos tempos.

O gap de pagamento médio europeu – a diferença em número de dias entre as condições de pagamento acordadas e o efetivo recebimento, diminuiu no ano passado. Nos últimos 12 meses, o gap de pagamento médio europeu para o Setor Público e clientes B2B reduziu de 15 para 10 dias e de 14 para 11 dias respetivamente, enquanto aumentou marginalmente para clientes consumidores B2C (de 7 para 9 dias). Em Portugal o diferencial entre o prazo acordado e o recebimento, diminuiu nos três segmentos analisados B2B, B2C e Setor Público: de 14 para 8 dias, de 18 para 12 dias e de 24 para 12 dias, respetivamente.

Para Luís Salvaterra, Diretor-Geral da Intrum, “Ao tomarem consciência do papel que têm nesta matéria, as empresas, focam-se na procura ou implementação de medidas preventivas dentro das suas organizações para mitigar o impacto negativo e se protegerem dos atrasos de pagamento. Em Portugal o pré-pagamento aparece no topo das medidas enunciadas, com 43%, valor igual à média europeia. Dos países do sul da Europa, Itália destaca-se na adoção desta medida preventiva, com 48%, cinco pontos percentuais acima de Portugal e da média europeia. As cobranças e o controlo de crédito, são as medidas preventivas mais utilizadas em Portugal, depois do pré-pagamento.”

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