Inflação acelerou bruscamente

A estimativa preliminar mostrou que a inflação anual da zona do euro subiu de 5,9% em Fevereiro, para 7,5% em Março, como resultado da invasão russa da Ucrânia.

Como se esperava, este valor foi essencialmente impulsionado por um aumento de quase 45% nos preços da energia, seguido de um aumento de 5% nos preços dos alimentos. A inflação subjacente, excluindo alimentos e produtos energéticos, acelerou apenas ligeiramente de 2,7% em Fevereiro para 3%, em Março.

Entre os membros da zona do euro, o aumento mais rápido foi registrado nos Países Baixos, onde a inflação saltou 4,6 pontos percentuais entre Março e Fevereiro, seguida de um aumento de 3,2 pp na Estónia e 2,4% na Letónia. Entre as quatro maiores economias europeias, a Alemanha teve um aumento de 2,1 pontos percentuais, em França a inflação subiu 0,9 pp, em Itália 0,8 pp e 2,2 pp em Espanha. Em Portugal, no final de Março a inflação atingiu os 5,4%, valor mais alto desde 1994.

A inflação também acelerou consideravelmente na Europa Central e Oriental, onde a situação ainda se complicou mais pelo enfraquecimento das moedas locais causado pela incerteza e pelo aumento da aversão ao risco dos investidores. Na Polónia, por exemplo, a inflação atingiu o valor mais alto em quase 22 anos, chegando a 10,9%.
Entretanto, o Reino Unido prepara-se para um aumento acentuado nos custos de energia em Abril. Na sexta-feira, 1 de Abril, entra em vigor o aumento de 54% no preço máximo da energia, o que equivalerá a cerca de 700 Libras adicionais por ano na factura de energia para uma família média. Outro aumento semelhante, está planeado para Outubro.

Como nota positiva, parece que os preços do petróleo, que são um dos principais impulsionadores do recente aumento dos custos de energia, diminuíram um pouco. Depois de alcançar um máximo de mais de 130 Dólares por barril no início de Março, o preço do crude Brent caiu para menos de 120 Dólares no final do mês. No entanto, o preço continua elevado segundo os padrões históricos.

Além disso, a situação na Ucrânia é muito dinâmica e os mercados financeiros estão extremamente agitados, o que resulta em grandes flutuações diárias de preços, pois os investidores reagem a qualquer notícia e especulação.

Anna Zabrodzka
Senior Economist Intrum Group