O fator medo financeiro
Consumidores europeus sentem-se esmagados
Consumidores europeus sentem-se esmagados – Inflação está a reduzir dramaticamente o poder de compra das famílias em toda a Europa.
- O aumento das taxas de juro tem um potencial para gerar margens mais elevadas em áreas como hipotecas, cartões de crédito e empréstimos e as perspetivas económicas são desafiantes;
- A inflação, impulsionada em grande medida pelo aumento dos preços dos alimentos e da energia continua a aumentar;
O White Paper 2023 – Banca & Financeiras, publicado pela Intrum, revela os principais desafios colocados pelo atual ambiente económico. De acordo com o WP, as famílias e as empresas enfrentam uma situação financeira difícil num contexto de inflação alta e custos elevados dos empréstimos contraídos.
A guerra na Ucrânia e mais recentemente, a guerra Israel-Hamas, têm causado muitas perturbações. A ajuda da maioria dos governos para indivíduos e empresas, durante a pandemia COVID-19, já terminou e o apoio estatal com o aumento dos custos da energia é irregular.
Os clientes que lutam com a subida do custo de vida já estão a esgotar as suas poupanças e a gastar menos, e as dívidas incobráveis estão a aumentar acentuadamente – especialmente se a desaceleração do crescimento económico se traduzir em desemprego mais elevado.
Os bancos e as instituições financeiras terão de apoiar os seus clientes durante este período difícil, ao mesmo tempo que gerem as suas próprias exposições ao risco e procuram novas oportunidades.
1. A inflação está a afetar fortemente os consumidores, mas muitos não entendem como ou porque as suas finanças estão a ser afetadas, embora estejam interessados em adotar hábitos de poupança
De acordo com a Intrum, quase dois em cada três bancos e empresas financeiras estão preocupados com o incumprimento no pagamento de dívidas ao longo do ano, e uma percentagem semelhante espera que mais clientes venham a ter dificuldade em fazer pagamentos na totalidade e dentro do prazo.
Para além disso, 96% dos consumidores inquiridos afirma já ter notado os efeitos negativos do aumento dos preços nas suas finanças, ou que esperam notá-lo em breve. No entanto, muitos não têm a certeza do que significará exatamente para eles a atual situação económica e como planear o seu impacto, uma vez que a maioria nunca passou por uma crise semelhante, e aqueles que passaram podem ter dificuldade em lembrar-se o que isso significa.
Por outro lado, os consumidores começam a ganhar consciência da importância em tomar medidas para gerir as finanças do seu agregado familiar de forma mais eficaz. Por exemplo, cerca de metade dos inquiridos afirma que se tornou mais propenso a fixar objetivos financeiros para si próprios à medida que gerem as suas contas domésticas e tentam poupar para o futuro.
2. Consumidores que tiveram melhor educação financeira são mais eficientes na gestão das suas dívidas
O White Paper da Intrum revela que há muito trabalho pela frente no que toca a literacia financeira. Apenas um em cada quatro europeus considera que recebeu uma excelente educação financeira e que está confiante na gestão, até mesmo de questões financeiras complexas. Um terço revela que teve pouca educação financeira ou que não está seguro de que sabe gerir as suas finanças.
O custo da falta de compreensão financeira dos europeus já se faz sentir. Mais de um terço dos consumidores que afirmam ter uma educação financeira deficiente (36%), revelam que é mais provável que não paguem agora uma dívida, do que em qualquer outro momento que se recordem. Entre os consumidores mais instruídos, esse número é inferior a um quarto.
E a situação tem-se agravado. De acordo com o White Paper, cerca de um quarto dos consumidores com pouca educação financeira afirmam que, quando as taxas de juro mudam, não fazem qualquer esforço para perceber o que isso significará no pagamento das suas dívidas. Da mesma forma, 21% destes consumidores dizem não quer saber quanto dinheiro devem no total.
3. As mulheres europeias são mais propensas a enfrentar custos inesperados
Existem várias razões para a diferença de poupança entre géneros, incluídas as mulheres que trabalham menos horas devido a compromissos familiares e para cuidarem dos filhos e às mulheres a quem se paga menos do que aos homens devido a uma “disparidade salarial na maternidade” após períodos de licença de maternidade.
De acordo com a Intrum, 28% das mulheres afirmam não conseguir poupar dinheiro todos os meses e 64% estão insatisfeitas com o montante que conseguem poupar. Apenas 19% dos homens estão a fazer poupanças e 58% estão insatisfeitos.
Quando os europeus poupam, as suas prioridades são muitas vezes diferentes. As mulheres estão concentradas em pôr dinheiro de parte para emergências: 83% estão a poupar para despesas inesperadas, em comparação com 75% dos homens. Os homens são mais vocacionados a ter objetivos a longo prazo: 39% estão atualmente a poupar para a reforma, em comparação com 32% das mulheres.
O caminho a seguir pelos Bancos e Empresas de serviços financeiros segundo a Intrum
Trabalhar com os clientes dos clientes para mitigar o impacto nas suas finanças;
Os consumidores podem não conseguir fugir à crise do custo de vida, mas muitos estão a introduzir mais disciplina na forma como gerem as suas finanças. A indústria pode ajudá-los, fornecendo-lhes melhor informação, comunicando de forma mais clara e disponibilizando ferramentas de suporte ao planeamento orçamental e calculadoras financeiras. As plataformas digitais oferecem um canal conveniente para as empresas aumentarem este tipo de oferta.
Aumentar a literacia financeira para ter ganhos a curto e longo prazo;
As empresas de serviços financeiros têm um papel importante a desempenhar na prestação de educação financeira e podem apoiar os clientes com uma série de ferramentas e recursos educativos, tanto online como offline. Isso ajudará os seus clientes a gerirem as suas finanças de forma mais eficaz e beneficiará a indústria.
Planear para uma cultura de poupança mais inclusiva;
Os europeus precisam de poupar mais, tanto para objetivos de curto como de longo prazo, e o sector dos serviços financeiros deve incentivá-los.
Produtos simples, flexíveis e a preços competitivos, por exemplo, atrairão mais aforradores. O sector também poderia fazer mais para compreender o que está a impedir as mulheres de fazerem poupanças, a fim de as ajudar a poupar mais para o futuro.
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