Prazos de pagamento mais alargados têm influência na falência das empresas
O maior impacto que os atrasos de pagamento tem para as organizações
- Empresas Portuguesas gastam, em média, 75 dias a gerir pagamentos em atraso
- Valor este que equivale a mais de 10 horas consumidas semanalmente
De acordo com o mais recente estudo da Intrum, EPR – European Payment Report 2023, gerir pagamentos atrasados é um processo que consome muito tempo às empresas. Mais de metade dos entrevistados em Portugal (54%) afirmam que é cada vez mais difícil acordar com os clientes condições de pagamento que sejam mutuamente benéficas, o que leva a negociações prolongadas no tempo.
À medida que os clientes pedem prazos de pagamento mais dilatados ou tentam renegociar preços, as empresas dedicam mais tempo e esforços para garantir receitas.
O EPR 2023 revela que 51% dos portugueses inquiridos está a enfrentar um número crescente de pedidos de clientes para adiar a emissão de faturas. Tudo isso implica muito tempo e uma sobrecarga de recursos. Em média, as empresas europeias estão a gastar 10,4 horas por semana a perseguir pagamentos em atraso, o que equivale a 74 dias num ano.
Dados recentemente divulgados pelo Eurostat, serviço estatístico da União Europeia, revelam que, entre abril e junho de 2023, o número de declarações de falência de empresas aumentou 8,4% em comparação com o trimestre anterior, «atingindo assim o nível mais elevado desde o início da recolha de dados em 2015».
A preocupação das empresas em garantir receitas e a sua sobrevivência é cada vez maior à medida que a economia revela as suas fragilidades. De acordo com o estudo da Intrum, em Portugal, quase oito em cada dez (78%) inquiridos afirmam que, cada vez mais, os atrasos de pagamentos são um tema problemático para o seu negócio.
O maior impacto que os atrasos de pagamento tem para as organizações, é no seu crescimento – mais de um terço (36%) afirmou que este é um problema grave. Perda de rendimento (30%), custo adicional com financiamento (27%), problemas de liquidez (24%), obstáculo à inovação (24%), não contratação de novos funcionários (24%), ameaça à sobrevivência (23%), aumento do nível de stress/ansiedade dos colaboradores (23%) e despedimento de funcionários (20%) foram as outras consequências mencionadas pelos inquiridos quando nos referimos ao impacto que os atrasos de pagamento de clientes têm nas várias áreas das empresas.
Se recebessem dos seus clientes mais rapidamente, as empresas afirmam que também poderiam pagar aos seus próprios fornecedores mais cedo, expandir os seus produtos e serviços e melhorar as suas práticas de sustentabilidade (60%). Quanto mais eficientes as empresas se tornam para conseguirem receber os pagamentos nos prazos, mais rapidamente podem aceder a esses benefícios. Num ambiente económico incerto, tem grandes vantagens ser eficiente em cobranças/recuperação crédito ou trabalhar com parceiros que o são.
De acordo com Luís Salvaterra, Diretor-Geral da Intrum Portugal, «gerir pagamentos em atraso consome muito tempo: uma média de 75 dias por ano. Por esta razão, cobranças mais eficientes permitiriam às empresas centrarem-se na sua atividade e investirem os seus recursos no crescimento ou na melhoria dos resultados de sustentabilidade. Também as ajudaria a pagar mais rapidamente aos seus fornecedores, criando um 'círculo virtuoso' de pagamento pontual.»
Obter um exemplar do estudo European Payment Report 2023.